Tiuré (foto) voltou ao noticiário. Foi anistiado e indenizado em R$ 60 mil pelas torturas sofridas quando incentivou a reação de outros índios, no sul do Pará, à quase escravidão imposta por donos de castanhais e madeireiros em reservas indígenas. Tiuré era funcionário da Funai, que trocou pela resistência coletiva, revoltado com o que a fundação estava fazendo aos índios. Tudo isso nos anos 70 e 80 do século passado. Depois das prisões, Tiuré asilou-se no Canadá.
Tiuré voltou ao Brasil. E diz que os documentos e fatos que testemunhou na Funai comprovam a intenção dos militares de exterminar os remanescentes indígenas. Muitos desses documentos foram em parte conhecidos. Indicavam com clareza o propósito, no mínimo, de extinguir as culturas indígenas e as reservas.
A Comissão Nacional da Verdade precisa ouvir Tiuré. E precisa buscar os documentos da Funai daqueles anos. Sobretudo os do período em que esteve entregue ao coronel Ivan Zanoni Hausen, figura controvertida na própria FAB desde que se dispôs a metralhar o acampamento de companheiros seus que se rebelaram contra o governo Juscelino. As opiniões de Zanoni, em relação aos índios, lembravam os primórdios da campanha nazista contra os judeus.
Fonte: IHU Instituto Humanitas Unisinos
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