O nível atual da vazão do São Francisco choca-se com os objetivos do Plano Hidroviário Estratégico (PHE), lançado em novembro último pelo governo federal, através do Ministério dos Transportes, com a indicação de que a Hidrovia do “Velho Chico” seria o projeto-piloto de sua execução, conforme argumenta o diretor da Icofort, Marcelo Teixeira. A empresa representa o único operador hidroviário do rio.
A decisão repentina, apesar da solicitação feita em tempo hábil, foi tomada pelo comitê de monitoramento do setor elétrico, na semana passada. “Em todas as reuniões promovidas pela Agência Nacional de Águas – ANA, para tratar do assunto, temos ressaltado que a quantidade de nossas viagens está reduzida ao mínimo indispensável, muito abaixo da nossa programação inicial. As causas dessa redução, já bastante conhecidas, são as restrições de defluência e o assoreamento do canal de navegação no trecho de 650 quilômetros entre Ibotirama e Petrolina/Juazeiro, devido a falta de manutenção da Hidrovia do São Francisco”, argumenta Teixeira, em documento enviado à presidência da ANA.
Por fim, Marcelo Teixeira anuncia que, caso se mantenha o nível atual do rio, o transporte será paralisado completamente já a partir de janeiro do próximo ano. O presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco – CBHSF, Anivaldo Miranda, tem relatado as dificuldades da hidrovia do São Francisco em todas as reuniões promovidas pela ANA, em Brasília (DF). Durante a plenária do colegiado, realizado no início do mês, em Jaboatão dos Guararapes, Grande Recife (PE), Miranda protestou pela forma como o setor elétrico voltou a solicitar a defluência do rio. “É lamentável que o setor elétrico, mais uma vez, apresente esse pedido de vazão do rio São Francisco em 1.100 m³/s, sem nenhum estudo de impacto e no final do prazo, ou seja, às 17h50 do último dia do prazo, no dia 29 de novembro”, protestou Miranda.
ASCOM – Assessoria de Comunicação do CBHSF
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