Como cidadão ribeirinho nascido às margens do rio São Francisco, na bela cidade de Traipu, abençoada pela natureza, e sendo o velho Chico um dos mais importantes cursos d'água do Brasil, sempre dediquei parcela de minha vida e dos meus estudos à sua história. Além do mais, desde menino desenvolvi interesse pela vela, inicialmente nas canoas de pescaria nos arredores dos municípios de Traipu em Alagoas e Gararu, em Sergipe e depois, em Maceió, velejando sempre nas praias de Pajuçara, Ponta Verde, Barra de São Miguel, Maragogi e outras.
Inicialmente a bordo de pequenos veleiros, tipo holder e laser, depois fazendo uso de um Day Sailer, embarcação a vela de 17 pés, tendo com ela subido o São Francisco, da foz até a cidade de São Brás, com o meu filho Júnior a bordo, navegando pelo dia e pela noite e acampando nas ilhas. Posteriormente, adquiri um Veleiro Velamar de 22 pé, cujo nome era “Manati”, uma homenagem do antigo dono a uma espécie de peixe do Amazonas, e, hoje, sou proprietário de dois veleiros um Flash XR de 20 pés, open, o “Luiz Eduardo I”, com quilha retrátil e dois lemes tipo canivete, o que favorece a navegação em águas fundas e rasas, e outro, um “Classic 16”, que utilizo no leito do “Velho Chico” em Traipu, além de uma lancha “Milenium”, a “Catita do Rancho”, de 24 pés.
Ora com uma embarcação, ora com outra, pelo menos uma vez no mês vou ao meu pequeno sítio urbano e passo os dias ziguezagueando pelas águas do sofrido rio da Unidade Nacional, saboreando, quando possível, uma “bambá” ensopada e as famosas “pilombetas” fritas.
De tanto andar, velejando e bordejando no rio São Francisco, passei a acompanhar sua constante modificação: o assoreamento, os desmatamentos ciliares, a escassez de água, seja em razão da seca, seja em razão do represamento nas barragens e hidrelétricas. Enfim, comecei a perceber que o rio estava morrendo e quando escutava e escuto falar na transposição de suas águas para outras regiões do sertão nordestino chegava (e chego) a me apavorar.
Ora com uma embarcação, ora com outra, pelo menos uma vez no mês vou ao meu pequeno sítio urbano e passo os dias ziguezagueando pelas águas do sofrido rio da Unidade Nacional, saboreando, quando possível, uma “bambá” ensopada e as famosas “pilombetas” fritas.
Nas minhas velejadas, tenho descoberto lugares incríveis em termos de beleza, exuberância e tamanho: são morros, serras, colinas, paredões de pedras altíssimos, grutas e vales de beleza inimagináveis. Um dos lugares que mais nos chamaram a atenção, por sua beleza, foi o “Buraco de Maria Pereira”, em Sergipe, no município de Gararu, defronte a Traipu. Só vendo para crer.
De tanto andar, velejando e bordejando no rio São Francisco, passei a acompanhar sua constante modificação: o assoreamento, os desmatamentos ciliares, a escassez de água, seja em razão da seca, seja em razão do represamento nas barragens e hidrelétricas. Enfim, comecei a perceber que o rio estava morrendo e quando escutava e escuto falar na transposição de suas águas para outras regiões do sertão nordestino chegava (e chego) a me apavorar.
Como transpor as águas de um rio que está morrendo? E, ao que se sabe, nenhuma política para sua revitalização tem sido adotada. Pensava com meus botões, somente em um país como o Brasil, desprovido de políticas sociais sérias, onde se faz pouco caso da violência e da agressão ao meio ambiente, pode existir tamanho absurdo.
Para ler a matéria completa, clique aqui>Duca Mendes: São Francisco, um rio de lágrimas
Fonte: ducamendes.blogspot.com.br
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