As mãos já não indicam a firmeza de outros tempos, mas a cabeça continua a mesma, hábil e observando o melhor momento para agir. O deputado federal Inocêncio Oliveira (PR), de 74 anos, que coleciona mandatos consecutivos na Câmara desde a década de 1970, anunciou diversas aposentadorias ao longo de sua carreira, porém sempre voltava atrás.
A última, com ato realizado em setembro, foi apresentada como definitiva, mas começa a ter seu prazo de “validade” vencido. Isso porque o republicano tem agido nos bastidores para consolidar um antigo sonho: galgar uma cadeira no Poder Executivo. A nova empreitada, garantem aliados, é ocupar o cargo de vice na chapa de qualquer postulante que venha a ter o apoio do governador Eduardo Campos (PSB).
E ele, apesar de não admitir publicamente a intenção, não tem poupado esforços para isso. Tem conversado pessoalmente, em reuniões reservadas com quem tem poder de indicá-lo. Na última segunda-feira, no mesmo dia em que o PT entregou os cargos da administração estadual, o deputado teve um encontro de uma hora com Eduardo Campos na sede provisória do governo, no Centro de Convenções, em Olinda.
Além da conversa com o governador, Inocêncio “trocou ideias” duas vezes, por telefone, com o ex-ministro da Integração, Fernando Bezerra Coelho, virtual candidato. O conteúdo da conversa não foi revelado.
Apesar de não ter referendado a anulação de sua “aposentadoria”, Inocêncio está na expectativa da indicação. O deputado teve encontros recentes também com o vice-governador João Lyra, além do prefeito do Recife, Geraldo Julio, ambos do PSB.
Na caminhada para ter o nome referendado, o republicano tem como principal adversário o também deputado federal Raul Henry (PMDB). Os dois nomes atendem a públicos e cenários distintos. Enquanto Henry surge com um eventual recuo da reeleição do senador peemedebista Jarbas Vasconcelos, o nome de Inocêncio é posto na mesa na intenção de assegurar capilaridade para o candidato socialista no interior do estado.
“Ontem (quinta-feira) eu falei com ele (Inocêncio) por telefone, mas desconheço (a intenção dele de disputar nova eleição) e não sei de nada sobre esta movimentação. Mas o que eu posso dizer é que qualquer chapa marjoritária em Pernambuco seria engrandecida com sua candidatura”, disse o primo e herdeiro político de Inocêncio, o deputado estadual Sebastião Oliveira, também do PR.
Fonte: Diário de Pernambuco
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