quinta-feira, setembro 26, 2013

Reta de Ibimirim-Petrolândia: A rodovia da vergonha

 
Uma estrada federal esquecida por todos. Fora do mapa. Ignorada. Essa é a BR-110, a rodovia da vergonha. Vergonha para o Brasil, ainda maior para Pernambuco. De terra batida, em pleno século 21, humilha e desafia quem precisa passar por ela. Desacredita muitos.

Mais de 70 mil pessoas que habitam as cidades de Ibimirim e Petrolândia, no Sertão do Moxotó pernambucano, além de outros três mil índios da etnia Kambiwá espalhados em sete tribos ao longo do árduo e marrom caminho, perdido a 400 quilômetros do Recife. Trafegar pela via incomoda, constrange.

Em caminhões pau-de-arara, as crianças se agasalham, protegem braços e cabelos na tentativa de não chegar cobertas de poeira à única escola disponível, em Ibimirim. As meninas são as que mais se incomodam. O constrangimento é evidente. Parecem seres estranhos, completamente agasalhados, contrastando com o sol a pino do Sertão pernambucano, ainda mais castigante em tempos de seca forte.

Mas é a única opção. Seguir viagem no pau-de-arara pela estrada de terra batida para ter acesso à educação. Engolir poeira, literalmente. Nada podem fazer se a BR-110 tem mil quilômetros pavimentados no Nordeste, mas exatamente no trecho entre Ibimirim e Petrolândia permanece esquecida. A rodovia da vergonha tem atualmente quase 80 quilômetros de terra batida, mato e lixo. Quem passa por ela se impressiona. Duvida que esteja numa BR. Acredita estar em mais uma ligação vicinal, daquelas que unem o nada a lugar algum.

A pavimentação da BR-110 encurtaria os caminhos de muitos. Mas não, é de terra e continuará assim por um bom tempo. Os prejuízos para quem depende dela são muitos. A ausência de pavimento isola a população. Sem estrada, sem transporte, sem desenvolvimento. Sofrem todos. Quem mora nas cidades e quem está no meio do caminho.


“Temos muitas dificuldades para escoar nossa produção. Vivemos basicamente da agricultura e não temos como escoá-la. Poderíamos estar vendendo para cidades como Salvador e Aracaju, mas a inexistência de estradas impede. Vivemos a esperar. A BR-110 continua sendo sonho”, José Alberes da Silva, de Ibimirim.

Fonte: Jornal do Commercio

4 comentários:

  1. ME LEMBRO QUE NOS ANOS 80 (REGIME MILITAR) FOI LIBERADA VERBA PARA ASFALTO. CREIO QUE TODOS GOVERNO DA REGIÃO RECEBERAM DINHEIRO FEDERAL DESSA ESTRADA E DESVIARAM TODAS AS VEZES.

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  2. SE TIVESSE UM POLÍTICO LOCAL OU MINISTÉRIO PÚBLICO INTERESSADO EM RESOLVER, SERIA FÁCIL, POIS TODOS PRESIDENTES LIBERARAM VERBA PARA ESSA OBRA.

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  3. Pelo visto não é apenas a rodovia BR 110, que interliga as cidades de Ibimirim e Petrolândia, que permanece abandonada por vários Governos que passaram por Brasília, inclusive o desastrado Temer, que está prestes a deixar o Governo Federal, ainda bem que não irá tentar a reeleição.

    No Sertão do Pajeú, a rodovia PE-275, no trecho do Ambó – passando pela cidade de Brejinho – até o limite de Teixeira, na Paraíba, está totalmente abandonada e esburacada. Com as chuvas das últimas semanas, a rodovia se tornou mais insegura e perigosa para os motoristas que trafegam nessa localidade.

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