O volume do som reproduzido pelos fones do filho Gabriel, de 19 anos, é preocupação constante de Nelbe Brito, 50, funcionária pública. "Você vai usando, usando e as consequências vêm depois", adverte. Segundo ela, é cada vez maior o tempo que o jovem fica exposto.
E é o tempo, aliado ao volume inadequado, que pode danificar o aparelho auditivo. A recomendação de Antônio Antunes, presidente da Sociedade de Otorrinolaringologia do Estado de Pernambuco (Soespe), é passar no máximo uma hora com o equipamento ligado. Já o volume nunca deve ultrapassar 80% da capacidade do aparelho.
"Cerca de 30% das pessoas usam os fones com volume alto, acima do recomendado, e de 5 a 10% com volume muito alto", estima o otorrino. Ainda segundo o médico, usar apenas um fone revezando o ouvido que é exposto não diminui os riscos de sofrer uma lesão.
Mas quem não consegue deixar os fones de lado, além de intercalar o período de uso, outra dica é escolher o tipo de equipamento adequado. A recomendação do otorrino do Hospital das Clínicas (HC), Fábio Coelho, é optar pelos fones externos, que não são tão invasivos.
"Com o som alto, há uma contração muito forte das células nervosas, que acabam sendo danificadas", explica o médico do HC. Segundo ele, o aparelho auditivo é muito sensível e os danos sofridos são irreversíveis.
Os principais sintomas da perda auditiva são dificuldade de entender o que as pessoas falam, presença constante de zumbidos e a necessidade constante de aumentar o volume da televisão. Ao perceber a dificuldade para escutar, é recomendado procurar um otorrino, que irá realizar exames para medir a capacidade auditiva.
Segundo o presidente da Soespe, se a perda detectada for muito pequena, apenas suspender o uso inadequado dos fones pode evitar o aumento do dano. "Mas se a perda é mais acentuada, você pode até precisar usar aparelho auditivo", adverte.
Portal NE10
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