Procurador contesta laudo do IBAMA
Dona Gedália,dona do papagaio Meu Lourinho |
O papagaio Meu Lourinho, que morreu no dia 10 de julho quando estava sob poder do Ibama, não estava doente quando foi apreendido, no dia 14 de março deste ano. No laudo veterinário elaborado pelo próprio órgão, que acompanhou o pedido de guarda do animal feito pelo sua ex-dona, a vendedora Gedália Valentim Ferreira, 53 anos, constava que a ave era alimentada com comida caseira, e não a apropriada para animais, e que tinha uma pata lesionada. Nenhuma infecção ou outra doença mais grave havia sido diagnosticada. As informações sobre o conteúdo do laudo médico foram repassadas, neste sábado, ao Diario, pelo procurador federal da 5ª Região em exercício no Ibama, Edvaldo de Souza Oliveira Neto. Foi ele quem deu o parecer jurídico negando a guarda da ave a Gedália.
Segundo o Ibama, o papagaio morreu devido a uma infecção bacteriana no intestino. O animal teria chegado ao órgão subnutrido e com o sistema imunológico deprimido, o que teria facilitado a ação das bactérias. No entanto, segundo o procurador, nada disso foi relacionado no laudo que subsidiou sua decisão, há cerca de dois meses. “Fui falar com a veterinária que elaborou o laudo para entender melhor o caso. Ela falou que as penas maiores da ave poderiam ter caído por conta da alimentação inadequada. Cheguei à conclusão de que, se havia uma má alimentação, isso seria maus-tratos. Tecnicamente, eu não tinha como discordar do parecer médico. Mas não se constatou mais nada naquele animal”, denunciou o procurador. Edvaldo Oliveira disse, ainda, que se tivesse sido procurado pessoalmente pela ex-dona do animal para ouví-la, poderia ter tomado uma decisão diferente. “Dependendo das razões dela, eu poderia ter dado a guarda”, declarou. O Diario procurou o Ibama para comentar as declarações do procurador, mas o órgão manteve o posicionamento já divulgado em nota na sexta-feira.
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Diário de Pernambuco
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