Há mais de dez dias o Hospital Veterinário (Hosvet) da Universidade Federal Rural de Pernambuco está de portas fechadas por falta de material hospitalar. Sem previsão para reabrir, prejudica tanto os estudantes quanto a população que depende do atendimento gratuito para animais doentes. Estudantes organizam protesto para a manhã desta terça-feira (6) com a intenção de reivindicar o funcionamento imediato e com melhores condições estruturais. O diretor do Hospital classifica a situação como um colapso.
A suspensão, ocorrida dia 22 de julho, afeta todos os serviços realizados no Hosvet. Os alunos se preocupam com a falta das aulas práticas e a interrupção dos estágios. “Está sendo um momento difícil. Faço estágio aqui e estamos parados. Mas por outro lado está sendo positivo, pois o Hospital precisa realizar algumas mudanças. Acho que seria importante ter atendimento de emergência 24 horas. Na semana passada um animal morreu porque não conseguiu ser atendido, pois chegou depois do horário de entrega das fichas”, conta a estudante Gizelia Lemos, 23 anos.
Desde a última sexta-feira (2) um grupo começou a organizar o protesto previsto para acontecer nesta terça (6). Cerca de dez estudantes fizeram oficina de cartazes e espalharam pela universidade. O representante do DCE, Filipe Bezerra, conta que o objetivo é reivindicar melhores condições na estrutura do hospital, além de exigir a volta do funcionamento. “O DCE da UFRPE está junto com o Diretório Acadêmico de Veterinária para pedir a reabertura imediata e com qualidade. Na terça-feira estaremos na universidade para o primeiro ato”, conta.
Todos os dias cerca de 60 animais são atendidos no Hosvet das 7h às 18 horas. A unidade realiza cirurgias, consultas, exames laboratoriais, Raio-X, ultrassom e radiologia. Diante da importância do Hospital, os alunos ressaltam a urgência da reabertura da unidade. “Essa paralisação prejudica não só a nós, alunos, mas também àqueles dependem dos serviços oferecidos aqui. É necessária a reabertura imediata com melhores condições para nós e para a população”, diz Fernanda Bezerra, estudante do 5° período de medicina veterinária.
De acordo com o diretor do departamento de medicina veterinária da UFRPE, Lúcio Melo, a falta dos materiais foi ocasionada pela burocracia. “O que é arrecadado com as taxas que são cobradas em alguns serviços é recolhido para o cofre da união. Só que o retorno do montante não ocorre na mesma velocidade do consumo e é insuficientes para a compra dos mantimentos. O restante do orçamento vem de verba oriunda do MEC, que é usado para a compra dos produtos. A licitação foi realizada em abril, mas o processo demora para ser concluído, o que resultou em um colapso”, explica.
O diretor ainda afirma que 15% do material já chegou, mas que os fornecedores têm um prazo de 30 dias para realizar a entrega depois de ganharem o pregão. “Já foram comprados mais de R$ 200 mil em materiais médico hospitalar que já começaram a chegar. Na próxima semana haverá uma reunião para decidirmos se, com o que já foi recebido, teremos condições para reabrir o Hospital”, afirma. Lúcio adiantou ainda que as aulas perdidas nesse período serão repostas.
Diário de Pernambuco
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