A assinatura genética do ácido aristolóquico - derivado de uma cepa conhecida como Aristolochia - foi encontrada em tumores de 19 pacientes em Taiwan com câncer no trato urinário superior.
Os cientistas sabiam há tempos que o ácido era cancerígeno, mas o novo estudo mostra pela primeira vez que causa mais mutações genéticas que os cânceres de pulmão relacionados com o tabagismo ou o câncer de pele vinculado à exposição aos raios ultravioleta.
Os tumores em pessoas expostas ao fitoterápico tinham 150 mutações por megabase, em comparação com oito em cânceres de pulmão relacionados com o fumo e 111 naqueles vinculados à radiação UV nos melanomas, destacou o estudo publicado na revista americana Science Translational Medicine.
Saber mais sobre a assinatura do ácido ajudará os cientistas a vigiarem a relação da planta no câncer de outros órgãos, afirmaram os especialistas.
"O sequenciamento completo do genoma nos permitiu associar a exposição ao ácido aristolóquico diretamente com uma pessoa que contrai câncer", afirmou Kenneth Kinzler, professor de oncologia no Centro de Oncologia Johns Hopkins Kimmel do Centro Ludwig para Genética e Terapêutica do Câncer.
"A tecnologia nos dá a assinatura mutacional reconhecível para dizer com certeza que uma toxina específica é responsável por causar um câncer específico", emendou.
A vinculação do câncer com a planta levou à proibição de produtos que contêm ácido aristolóquico na Europa e na América do Norte em 2001 e na Ásia em 2003, afirmaram os cientistas.
Diário de Pernambuco
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