Os três pacientes que receberam os órgãos morreram vítimas da bactéria Klebsiella pneumoniae, dias depois dos transplantes realizados em três hospitais diferentes. Segundo o Ministério Público Federal, após a captação dos órgãos, Fernandes teria assinado um laudo informando sobre a existência de pus na paciente doadora, o que indicaria a existência de infecção, e não comunicou o fato às equipes que fariam os transplantes.
Fernandes também foi condenado recentemente pela Justiça Federal sob a acusação de desviar órgãos no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e ignorar a lista nacional de transplantes de fígados. Ele foi condenado, junto com outro médico, a pagar multa de R$ 100 mil e ficou proibido de exercer cargo público, mas ainda cabe recurso a essa decisão judicial.
No pedido feito nesta semana, Suiama alega “a reiterada prática de atos em desacordo com os deveres impostos pelas normas que regem a saúde pública em geral pelo aludido médico, com grande repercussão social e iminente perigo de vida dos pacientes submetidos aos seus cuidados”.
Eduardo de Souza Martins Fernandes integra a equipe de transplantes de fígado do Hospital Adventista Silvestre, no Rio de Janeiro. Por meio de sua assessoria de imprensa, o hospital informou que não vai se pronunciar sobre a ação.
Já o hospital universitário da UFRJ informou, por meio de nota, que Fernandes não possui vínculo ativo com a unidade desde maio de 2010, quando foi dispensado por "inobservância às rotinas do Serviço de Cirurgia". A Agência Brasil entrou em contato com o consultório do médico, na zona sul do Rio de Janeiro, mas ele não estava.
Agência Brasil
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