Apesar de fazer parte da rotina da consulta ginecológica, o exame de papanicolau para a detecção precoce do câncer cervical nunca foi realizado por 12,9% das brasileiras. Se forem levados em consideração os dados do Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em que foi registrado um total 97.348.809 mulheres no país, são mais de 12 milhões de brasileiras que nunca se submeteram ao rastreamento.
Os dados são de um levantamento nacional realizado pelo Grupo Latino Americano de Investigação Clínica em Oncologia (Glico), publicado na edição deste mês da revista científica Preventive Medicine. O trabalho detalha ainda diferenças muito grandes de acesso ao exame com base em diferenças sociodemográficas e etnográficas das participantes.
Segundo entrevista feita durante evento em Santiago com o principal autor do estudo, Carlos Henrique Barrios, presidente da Glico e professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), as discrepâncias encontradas entre as regiões do país são os dados mais significativos.
A Região Norte teve o percentual mais elevado de mulheres nunca rastreadas, 17,4%, quase o dobro do menor índice, o do Centro-Oeste, que é de 9,7%. As áreas com o baixo índice de rastreamento também são aquelas em que os óbitos por câncer de colo do útero superam o número de mortes por câncer de mama, normalmente mais incidente.
Correio Braziliense em Diário de Pernambuco
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