Os militantes do Movimento Passe Livre (MPL) anunciaram que não vão mais promover protestos na capital paulista. O MPL vinha organizando os atos pela revogação do aumento da tarifa do transporte público na capital paulista desde o dia 6, reivindicação atendida pelos governos estadual e municipal na última quarta-feira (19).
Na manifestação de ontem (20), convocada pelo movimento para comemorar a redução das passagens, houve interferência de grupos trazendo “pautas conservadoras”, como definiu Douglas Belome, militante do MPL. Segundo ele, manifestantes com reivindicações como a redução da maioridade penal fizeram o Passe Livre, que existe desde 2005, desistir dos atos de rua na cidade de São Paulo.
Belome declarou que a luta do MPL é exclusivamente pelo transporte público e que a bandeira do movimento é a implementação da tarifa zero. Embora não rejeite outras pautas durante o protesto, o MPL apoia apenas movimentos que condizem com as suas diretrizes. “Apoiamos movimentos sociais que lutem por uma sociedade mais justa e igualitária”, disse Belome.
O militante relata que a presença de integrantes do Partido dos Trabalhadores (PT) durante a manifestação de ontem acabou atrapalhando, pois houve hostilidade de participantes de outros partidos ou dos que pediam a ausência de partidos políticos no ato.
Em nota, o movimento disse que repudia os atos de hostilidade. “O MPL é um movimento social apartidário, mas não antipartidário. Repudiamos os atos de violência direcionados a essas organizações durante a manifestação de hoje, da mesma maneira que repudiamos a violência policial. Desde os primeiros protestos, essas organizações tomaram parte na mobilização. Oportunismo é tentar excluí-las da luta que construímos juntos”.
O Passe Livre informou que vai continuar com suas atividades pela implementação da tarifa zero, colhendo assinaturas para um projeto de lei sobre o assunto.
Agência Brasil
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