Assis Ramalho entrevista Fernando Ferro (PT-PE) |
Na entrevista a Assis Ramalho, o deputado fala sobre a importância da passagem da caravana do PT pelos municípios do estado, e antecipa que o próximo encontro provavelmente vai ser realizado na cidade de Floresta, no início de julho.
"Provavelmente na primeira semana de julho nós estaremos voltando
para fazer reuniões. Talvez seja na cidade de Floresta. Essa primeira rodada foi realizada nas cidades onde
nós tínhamos prefeitura. A partir daí, a gente vai ampliar para outras cidades, onde a gente pretende consolidar e fortalecer o partido", afirmou.
Fernando Ferro comenta a possibilidade de Eduardo Campos lançar-se candidato à Presidência da República, algo que ele acredita que não irá acontecer, pois iria favorecer a direita: "O PT respeita o que parece ser uma pretensão do PSB lançar o candidato Eduardo Campos à Presidência da República. Mas ainda não tem nada definido. Nós achamos que é tudo especulação, mas a minha compreensão política é de que nós (o PT) acertamos no Brasil e em Pernambuco, graças à nossa união. O Lula ganhou a eleição a partir da união dos partidos populares progressistas, como o PSB, PC do B, PDT e outros partidos aliados, e isso fez com que ele (Lula) governasse em duas gestões e elegesse a sua sucessora, Dilma. Do mesmo jeito, o governador Eduardo Campos foi eleito com uma aliança da qual nós participamos e nós ajudamos. Portanto, não nos parece correto uma divisão dessas forças neste momento. Essa divisão vai ajudar a oposição."
Fernando Ferro diz que o PT penou com divisões internas e conheceu o sabor amargo nas eleições para a Prefeitura do Recife, em 2012: "A divisão não ajuda e nós vimos isso no Recife. A nossa divisão (interna) custou caro, levando a uma derrota do PT e a uma redução da Frente Popular na capital, o que foi uma experiência muito ruim. E agora eu espero que nossa capacidade de trabalhar unidos continue, porque isso está sendo bom para o povo."
Pedimos que o deputado fizesse um resumo sobre a reunião da caravana do PT na cidade de Jatobá:
"Foi uma excelente oportunidade de conversar com companheiros
de vários municípios. Aqui estiveram presentes companheiros de Belém do São
Francisco, Floresta, Itacuruba, Jatobá e Carnaubeira da Penha. E podemos fazer
um balanço da importância destes dez anos do governo do PT com o presidente
Lula e com a presidenta Dilma. Fizemos uma discussão sobre as eleições de 2014 e, assim, há importância deste
diálogo aqui, para fortalecer o PT na região. Essa caravana vai ser repetida,
em outros momentos nós vamos voltar, e queremos estreitar este processo de
discussão e debate sobre as obras do governo federal aqui na região, sobre a
ampliação das ações do governo em relação ao problema da seca que atingiu todo
o semiárido. Sobre a necessidade de
avançar com as obras estruturantes como as adutoras que estão sendo construídas,
a Transposição do São Francisco, as questões com as cisternas, com os carros-pipas, enfim, das políticas para a convivência com a seca, e também no apoio às nossas prefeituras (do PT). Hoje, aqui, nós tivemos a presença do prefeito de Águas
Belas, do prefeito de Jatobá, de
Ibirajuba, e são experiências de gestões municipais que o PT está tendo e que
vão contribuir, tanto para fortalecer novas lideranças na região, quanto ampliar
a presença do PT a partir dessas experiências positivas das administrações
municipais."
Perguntamos qual a posição do PT em relação às disputas das eleições de
2014 para governo do estado de Pernambuco:
"Olha, o PT respeita o que parece ser uma pretensão do PSB,
lançar o candidato Eduardo Campos à Presidência da República. Mas ainda não
tem nada definido. Nós achamos que é tudo especulação, mas a minha compreensão
política é de que nós (o PT) acertamos no Brasil e em Pernambuco, graças à nossa
união. O Lula ganhou a eleição a partir da união dos partidos populares
progressistas, como o PSB, PC do B, PDT e outros partidos aliados, e isso fez
com que ele (Lula) governasse em duas gestões e elegesse a sua sucessora, Dilma.
Do mesmo jeito, o governador Eduardo Campos foi eleito com uma aliança da qual nós
participamos e nós ajudamos. Portanto,
não nos parece correto uma divisão dessas forças neste momento. Essa divisão vai ajudar a oposição. Os tucanos e outros partidos que estão fora do governo
e querendo voltar. Então, eu acho que vai ter maturidade para se discutir esse
assunto, pra gente pensar que nós temos que avançar e concluir esse projeto de
levar grandes transformações no Brasil. Concluído esse projeto, aí a gente pode
pensar em várias alternativas. Mas, na minha compreensão, a gente ainda não
concluiu a tarefa de transformar o Brasil em uma nação justa e democrata para
todos os seus filhos."
Perguntamos se a boa administração do governo Eduardo Campos
no estado de Pernambuco tem a ver com o governo federal:
Sem sombra de dúvidas. Vários recursos que aqui chegam foram encaminhados pelo presidente Lula, na época, e atualmente pela presidenta
Dilma. As obras estruturadoras da região, todas elas, a maioria dos recursos,
são federais, o que é uma parceria importante, que nós não queremos que se
quebre, porque nós queremos que seja mantida e que se aprofunde, porque isso
é bom para o povo. A divisão dos partidos não será bom para a população de
Pernambuco e do Brasil. É por isso que nós apostamos no bom senso, no
equilíbrio e na maturidade, para que a gente esteja unido para derrotar aquelas
forças que, no passado, governaram o Brasil e não trouxeram melhorias para a
população, indiferentemente do que fazem agora o governo do PT e seus aliados.
Perguntamos se o PT sofreu com as divisões internas durante as eleições para a Prefeitura do Recife em 2012 e, por isso, pagou com a derrota:
"Dividir não aumenta. Ao dividir, fica uma parte menor para
cada um. Isso pode levar a ter eleições no 2º turno, coisa que, no fundo, termina favorecendo o lado de lá (a oposição). A divisão não ajuda e nós vimos isso no
Recife. A nossa divisão (interna) custou caro, levando a uma derrota do PT e a uma redução da Frente Popular na capital, o que foi uma experiência muito ruim. E agora eu
espero que nossa capacidade de trabalhar unidos continue, porque isso está
sendo bom para o povo."
A nossa reportagem perguntou se ainda existe, por parte do PT, uma esperança de que Eduardo Campos desista da candidatura à Presidência.
"Eu nem sei ainda se ele é candidato. Portanto, eu não posso
nem falar sobre isso, porque ainda vai ter tempo e nós só vamos saber se essas
candidaturas vão existir a partir de outubro, quando vão se definir os caminhos e
as pessoas vão escolher os partidos. Até lá, é tudo especulação, e eu não vou
trabalhar com especulação, porque eu sei que o governador é responsável, é uma
pessoa política muito sabida, inegavelmente muito competente e creio que ele não
iria fazer um absurdo político. Agora, nós respeitamos a legitimidade do PSB discutir
a possibilidade de ter um candidato à Presidência da República''.
Também perguntamos sobre qual seria o próximo município a
receber a caravana do PT.
''Provavelmente na primeira semana de julho nós estaremos voltando
para fazer reuniões, talvez seja na cidade de Floresta. Essa primeira rodada foi realizada nas cidades onde
nós tinha prefeitura. A partir daí a gente vai ampliar para outras cidades onde
existe o partido e onde a gente pretende consolidar e fortalecer o partido."
O deputado finaliza a entrevista falando sobre a importância de Petrolândia na região do Submédio São Francisco.
"Gostaria de dizer que Petrolândia é um marco na luta do Submédio São Francisco. Houve a luta dos assentados, é uma cidade que surgiu da luta
pelo direito à terra na margem do lago (de Itaparica) e é uma cidade que, sem sombra de dúvidas, é uma referência aqui
no Submédio, e nós estaremos acompanhando os nossos companheiros nesta
trajetória para fortalecer o partido aqui no município e poder contribuir com o
seu crescimento eleitoral, o crescimento partidário e, acima de tudo, nos
prepararmos para a grande tarefa de 2014, que é a reeleição da nossa companheira, a
nossa presidenta Dilma Rousseff."
Da Redação do Blog de Assis Ramalho
Fotos: Ivanildo Vieira (Tuí)
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