Grupo de pessoas não cadastradas ocupou as casas Fotos: Assis Ramalho |
Em Petrolândia, no Sertão de Pernambuco, cerca de vinte e seis famílias invadiram, na madrugada dessa sexta-feira (19), as unidades residenciais construídas com recursos do programa federal "Minha Casa Minha Vida". A invasão das casas foi feita por pessoas não contempladas no programa.
São 60 casas, em fase de conclusão, que estão sendo construídas pela empresa Latache Engenharia e Instalações. O atraso na entrega das unidades é motivo de críticas e reclamações dos beneficiários cadastrados. Agora, ao verem suas futuras casas invadidas, os beneficiários que deveriam receber os imóveis estão desesperados.
Policiais militares e representantes da Prefeitura estiveram na área ocupada para conversar com os invasores, que resistem na ocupação.
Em conversa com a reportagem do Blog de Assis Ramalho, o Major PM Reinaldo, comandante da 4a CIPM, afirmou que nesse tipo de invasão cabe à empresa que está construindo aquelas casas (Latache Engenharia) entrar com Ação de Reintegração de Posse. Segundo o Major, a Polícia Militar vai aguardar o posicionamento da empresa junto à justiça, mas, enquanto isso não se resolve, o efetivo vai estar presente no local da invasão, para evitar atritos entre ocupantes e beneficiários do programa Minha Casa Minha Vida. A entrevista completa com Major PM Reinaldo será publicada ainda nesta sexta pelo Blog de Assis Ramalho.
A reportagem do Blog de Assis Ramalho visitou o local da invasão, na manhã desta sexta-feira (19), e conversou com os invasores, que afirmaram que o movimento está sendo apoiado pelos vereadores Jorge Viana e Rogério Novaes, ambos do PSL.
Em conversa com a nossa reportagem, todos os invasores foram unânimes em afirmar que não vão sair de lá enquanto a prefeitura não resolver suas situações. Eles alegam que estão desempregados e morando de aluguel, e que estão sendo despejados pelos donos das casas por falta de pagamento.
"Nos reunimos ontem, e decidimos ocupar essas casas. Não temos para onde ir e muitas famílias aqui também moram em casas alugadas", disse José Ronaldo, que declarou residir na Quadra 17 e ter 6 filhos.
"Tenho três filhos e não tenho emprego. Só saio daqui quando o prefeito vier conversar com a gente", disse a dona de casa Ana, de 30 anos, que reside na Quadra 17.
Também conversamos com Maria de Lourdes, de 53 anos, que afirmou ter vindo de Aracaju (SE) há cerca de um ano para aventurar emprego na região. "Vim pra cá com a cara e a coragem, pra ver se arrumava um emprego, e hoje eu vivo de favor em casa de uma amiga. É por isso que hoje eu estou aqui, pra ver se consigo uma casa", disse ela.
Socorro Maria da Conceição, de 48 anos, disse morar no Bairro Nova Esperança."Moro de aluguel e o meu marido está desempregado. A qualquer momento o dono da casa vai botar a gente pra fora e então eu resolvi vim pra cá", disse.
Já dona Tânia disse ter 5 filhos e que vive do dinheiro do Bolsa Família."Não tenho emprego e hoje eu vivo com os meus filhos com, 70 reais do Bolsa Família."
Alguns invasores também informaram à nossa reportagem que a Latache Engenharia, empresa responsável pela construção das casas, não teria pago a vários pedreiros e alguns deles fizeram parte da invasão.
Em contato com a reportagem do Blog de Assis Ramalho, o prefeito Lourival Simões afirmou que a Prefeitura Municipal não tem responsabilidade sobre a invasão da área. Segundo o prefeito, o problema deve ser resolvido pela empresa Latache Engenharia, junto com o Banco BMG
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