Buíque mostra possibilidade de conviver com o Semiárido

Foto: Blog de Ney Lima

A Comissão de Agricultura, Pecuária e Política Rural da Assembleia visitou, na última quinta-feira (25), comunidades do município de Buíque, no Agreste do Estado, que foram contempladas com as tecnologias de convivência com o Semiárido, de acordo com o disposto na Lei nº 1.4922/2013, que estabelece a Política Estadual do setor para amenizar os efeitos da seca. O presidente do colegiado, deputado Diogo Moraes (PSB), comandou as atividades. 

Pernambuco foi o primeiro Estado do Nordeste a aprovar a Política de Convivência, cujo objetivo principal é universalizar o acesso à água para as famílias residentes no meio rural, especialmente nos períodos de estiagem. Como a seca que assola o Nordeste está sendo considerada a pior dos últimos 50 anos, os encontros serviram para discutir a eficácia das medidas realizadas pela Articulação no Semiárido (ASA), entidade da sociedade civil que convidou o colegiado para visitar a localidade e discutir de que forma as novas ações, previstas na Política Estadual, podem ser implantadas. 

Em Buíque, a comunidade do Sítio do Cafundó, na área rural da cidade, onde vivem 47 famílias, já foi contemplada com tecnologias construídas pela ASA, que ajuda aos agricultores a armazenar água para consumo humano e plantio. Na área do sítio, existem cisternas de enxurrada, que armazenam até 16 mil litros de água da chuva para o consumo doméstico. Há ainda a cisterna calçadão, com capacidade de 52 mil litros, voltada para ajudar a produção de alimentos de subsistência, além de uma barragem subterrânea.

As caixas foram construídas em 2004 e melhoram a vida de Heleno Silva, 80 anos.

A propriedade dele possui as duas cisternas e elas nunca secaram, mesmo com a estiagem. Dessa forma, apesar da seca, Heleno conseguiu organizar o plantio e manter a família. “A escassez de chuva prejudicou muito, mas, com as cisternas, nunca me faltou água. Seria bom se todos os agricultores pudessem ter essa ajuda”, comentou.

Para o deputado Diogo Moraes, o Legislativo e o Executivo Estaduais precisam se aliar à ASA e ampliar as medidas realizadas pela entidade, pois, com a visita, pode-se perceber que as cisternas ajudam a aliviar os efeitos causados pela estiagem. “A gente viu aqui que construções simples, feitas pela ASA em parceria com populares, podem dar certo. Precisamos lutar para que essas medidas ajudem a população permanentemente, já que a estiagem é um problema cíclico.” A coordenadora executiva da ASA, Neilda Pereira, elogiou a iniciativa da Comissão de Agricultura de visitar a região e conhecer um pouco das dificuldades por que passa o Semiárido. “O diálogo da Assembleia Legislativa com a sociedade civil é louvável, principalmente agora que a Política de Convivência foi aprovada. As medidas que a ASA toma são simples e baratas, e, com o apoio do Legislativo, poderemos ampliar as ações e ajudar mais pessoas”, pontuou.

A Comissão de Agricultura está realizando uma série de visitas técnicas a várias cidades do Interior do Estado, como Petrolândia e Araripina, para elaborar um relatório técnico sobre as consequências da seca em Pernambuco. Ao final, as informações serão enviadas à Secretaria Estadual da pasta e demais entidades que lidam com a temática, a fim de colaborar com o trabalho do Executivo.

D.O.E.-PE/Assembleia Legislativa de Pernambuco