Fotos: Assis Ramalho |
No último sábado (29) estive em Paulo Afonso (BA), a convite
de amigos, fazendo parte de uma confraternização de ex-atletas de futebol, na 3a. Copa Sênior de Paulo Afonso. O encontro festivo foi maravilhoso, de acordo
com matéria divulgada aqui no Blog de
Assis Ramalho. Mas tenho que
confessar que minhas lágrimas de alegria, ao reencontrar amigos que há muito
tempo não via, se misturaram com as lágrimas de tristeza ao ver o glorioso estádio de futebol Álvaro de Carvalho, antes chamado Ruberleno Oliveira, em estado de completo abandono.
Conheço aquele estádio desde o ano da sua inauguração, em
1976, quando lá estava para assistir ao jogo de inauguração, numa partida entre Sport Clube do Recife e Clube Náutico Capibaribe, vencido pelo time rubro-negro pernambucano por 1 x 0, gol do lateral esquerdo
Cláudio Mineiro.
Posteriormente, tive o prazer do jogar várias vezes
naquele, então excepcional estádio, no final da década de 70 e boa parte da
década de 80. Entre outros times, atuei pela Portuguesa, do saudoso dirigente Zé
Galego.
Lembro-me o quanto era gostoso entrar em campo e ver aquele gramado bem cuidado e as arquibancadas superlotadas.
É verdade que, na década de 80, o nível do futebol, não só em Paulo Afonso como
em Petrolândia, minha cidade, e em outras cidades circunvizinhas era de alta qualidade. Isso incentivava o torcedor a comparecer ao estádio.
Muitos anos depois, precisamente no último sábado de
2012, volto ao estádio, agora chamado Álvaro de Carvalho, com toda aquela
visualização maravilhosa na minha memória e - decepção - encontro um campo entregue ao abandono, praticamente entregue às baratas.
No lugar do tapete verde que eu conheci, hoje se
encontra capim seco. Para piorar, o restante do estádio está mal cuidado, com estruturas
enferrujadas, vestiários em situação precária, entre outros sinais de abandono.
Ao que parece, durante todos esses anos que se passaram, Paulo Afonso só evoluiu do portão do estádio para
fora, pois a cidade, hoje com mais de 100 mil habitantes, está ainda mais bonita. Mas do portão do estádio para dentro,
Paulo Afonso regrediu. E muito.
É preciso que as autoridades, junto com a sociedade em geral, façam uma corrente positiva, em que todos se empenhem e contribuam para, quem sabe, ainda poder salvar aquela que foi a principal praça de esportes da região e hoje não tem sequer uma placa na entrada com o seu nome. Lê-se apenas um modesto "Estádio Municipal" sobre os portões de entrada, como se não houvesse, de fato, vontade de lhe colocar o nome que agora usa. A Tribuna de Honra leva o nome de Eraldo Rocha, um dos maiores desportistas de Paulo Afonso, que inclusive foi meu amigo e meu treinador na Portuguesa. Mas eu não tenho dúvidas que lá do céu onde agora mora , ele está decepcionado em ver o seu nome emprestado a um setor importante de um estádio onde ele viveu glórias, e hoje se encontra no completo abandono.
É preciso socorrer com urgência o estádio Álvaro de
Carvalho, que eu, com o meu saudosismo, ainda chamo de Estádio Engenheiro
Ruberleno Oliveira. Um estádio com uma história tão gloriosa não poderia estar na situação lastimável em que se encontra.
Para ler a matéria sobre a 3a. Copa Sênior de Paulo Afonso, clique no atalho abaixo:
Para ler a matéria sobre a 3a. Copa Sênior de Paulo Afonso, clique no atalho abaixo:
Reportagem de Assis Ramalho
Fotos: Assis Ramalho e Lúcia Xavier
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comentários são publicados somente depois de avaliados por moderador. Aguarde publicação. Agradecemos a sua opinião.