Sobre as pretensões do governador Eduardo Campos para as eleições de 2014 e 2018, Alberto Feitosa comenta os rumores de um suposto racha entre a presidente Dilma Roussef e o governador de Pernambuco. E também sobre a habilidade e a experiência de Inocêncio Oliveira para apaziguar a crise do PR que andou ameaçando rachar com o governo federal.
Na entrevista, Alberto Feitosa critica o fato de há 200 anos se falar em fazer o projeto da transposição do rio São Francisco e ser preciso Lula ter chegado ao governo para que fosse dado início à transposição.
Veja abaixo na íntegra, a entrevista:
Assis Ramalho: Como o deputado Alberto Feitosa, junto com o governo de Pernambuco, estão vendo essa situação terrível que os sertanejos estão passando, em relação à seca que vem atingindo milhares de famílias?
Alberto Feitosa: Com muita preocupação e muita vontade de ajudar. Nós somos um país hoje que tem a sexta potência econômica no mundo. Estamos aí cavando petróleo a 7 km de profundidade e ainda vive o nosso povo setanejo com essa dor, essas dificuldades da seca, e ao que parece é uma seca que vai ter um período ainda maior de duração. Agora, a gente tem assistido a ações rápidas, não só do governo federal, como principalmente do governo estadual. O governador Eduardo Campos tem dedicado grande parte do seu tempo de gestor para cuidar desses problemas, não só fazendo isso de dentro de sua sala no palácio. Eduardo Campos tem visitado municípios, tem enfrentado os problemas, tem patrocinado bolsas auxilios para os agricultores, como o programa Chapéu de Palha, financiamento para compra de ração, ou seja, ele tem feito muitas ações através da Secretaria da Agricultura, através da Secretaria de Desenvolvimento Econômico. Agora é importante a gente lembrar, neste momento, que esse é um problema que já dura no Brasil há muito tempo. Há 200 anos se falava em um projeto que era a transposição do rio São Francisco, e só há pouco tempo foi que o presidente Lula resolveu tirar esse negócio do papel, e está aí realizando. Lógico que isso não vai resolver tudo e é logico também que precisamos pegar todo os grupos de governança (Governo Federal, Estadual e municípios) para que a gente possa, em uma ação conjunta, acabar com esse problema que atinge tanto o nosso povo sertanejo, o nosso povo do sertão pernambucano.
Assis Ramalho: Alberto, como você falou há pouco, há quanto tempo já era para essa transposição estar pronta e por que só agora, depois de 200 anos, é que Lula teve a coragem de dar o pontapé inicial e mesmo assim o pessoal do sul e sudeste do Brasil faz severas críticas à construção da transposição. Por que eles, que sempre estiveram no poder nunca pensaram nem quiseram fazer essa transposição?
Alberto Feitosa: Olha, Assis, isso é um problema histórico. É verdade que o sul e o sudeste, como você falou, sempre só se preocuparam em levar as coisas para o sul e o sudeste. Eles tinham uma ideia de que primeiro iam desenvolver o sul e o sudeste, e depois seria distribuído as coisas para o resto do país. Então ficou o centro-oeste, o nordeste e o norte em uma diferença e uma distância muito grande, em se comparando com o sul e sudeste do país. Então isso era uma coisa que estava errada e que Lula, como você bem disse, começou a modificar. Até mesmo um pouco antes, com Fernando Henrique Cardoso, junto com sua esposa, d. Ruth Cardoso, com programas sociais. O Vale-Gás começou com ele, um Bolsa-Família que era pequeno, e Lula tomou isso como bandeira, como brasileiro, e como nordestino que é, e ele ampliou as ações do Bolsa-Família, e hoje a gente vê várias ações de programas sociais.
Assis Ramalho: Alberto, você como deputado e agora como Secretário de Turismo do estado, sempre caminha junto com o governador Eduardo Campos. Na sua visão, qual a possibilidade de o governador romper com a presidente Dilma Roussef, já que hora por outra tem rumores de que isso possa acontecer?
Alberto Feitosa: Olha, Assis, eu não acredito que Eduardo vá romper a parceria com a presidente Dilma. Essa parceria do PSB com o PT não é de agora, é desde a época de Dr. Arraes junto com Lula, quando Lula não tinha mandato. De modo que eu acho que isso fica muito no disse-me-disse. Mas eu não vejo isso, eu vejo muito pelo contrario. Agora, também vejo que nós estamos com um homem jovem, bem avaliado em pesquisas como o melhor governador do país, que tem uma boa avaliação nacional e de reconhecimento internacional. Eduardo Campos é um homem que tem demostrado uma capacidade de gestão com resultados práticos. Ainda agora, imaginem vocês, um navio sendo lançado ao mar, partindo de um porto de Pernambuco. Então isso tudo tem acontecido em Pernambuco. Pernambuco hoje é o estado que mais cresce, não só na economia, não só na industria, não só na questão da saúde. Tem melhorado os índices da educação, da segurança, tem melhorado os índices no turismo. Então tudo isso é fruto da gestão desse homem (Eduardo Campos) e é lógico que esse homem está preparado para voos maiores. Mas eu acho, também, que não precisa ser agora. Eduardo está pronto em 2014, ele já disse que tem algumas opções, como ser candidato a deputado federal, candidato a senador.
Assis Ramalho: Lula disse recentemente que o ano de Eduardo para a presidência é em 2018. Não seria possível uma chapa em 2014, com Eduardo na chapa de Dilma, como vice dela, e em 2018 ele como presidente? Qual a sua opinião?
Alberto Feitosa: Então, ele pode ser candidato a deputado federal, a senador, também pode ser candidato a vice-presidente. Eu acho que o PSB hoje cresce muito. Está até mesmo maior, em nível nacional, do que o PMDB. Agora, a gente não tem que pensar nisso como um jogo político, como um jogo de barganhas. A gente tem que pensar como brasileiro, como quem o país precisa de uma gestão nova, de uma cara nova e de uma pessoa com mais capacidade de realizar ações, que possa trazer mais ganhos para o nosso país e consequentemente para o nosso nordeste. E quem sabe o Eduardo Campos não possa ser, como o próprio Lula já disse, o melhor presidente que esse país já teve? Porque até aqui o melhor foi Lula.
Assis Ramalho: Alberto, o PR, que é o seu partido, também andou com disse-me-disse de que poderia rachar com o governo Dilma. Aqui em Pernambuco, o presidente do partido, Inocêncio Oliveira, levantou a voz e disse não que haveria racha com o governo federal. Como o deputado vê tudo isso?
Alberto Feitosa: Olha, eu acho que o PR demostrou indignação pela forma que foi tratado naquela questão do Ministério dos Transportes e o PR reagiu. Inocêncio, com sua experiência, com 10 mandatos, 37 anos de vida pública, ele tem voz em Brasília, ele é muito forte lá em Brasília. Botou tudo em ordem. Disse que não era hora de rachar. Era preciso o PR mostrar sua indignação, mas sem racha. E agora as coisas estão se organizando, os panos estão se mornando, e nós (PR) estamos juntos porque a gente sabe que esse é um governo diferenciado. Não só do ponto de vista dos mais favorecidos que tem ganhado mais, como também daqueles menos favorecidos que tem tido mais comida na mesa, mais saúde, mais cidadania para cada um dos brasileiros.
Assis Ramalho: Deputado Alberto Feitosa, muito obrigado por mais uma vez atender a reportagem do programa Acordando com as Notícias e do Blog de Assis Ramalho.
Alberto Feitosa: Eu é quem agradeço a vocês, Assis Ramalho. Muito obrigado e muito sucesso.
Da Redação do Blog de Assis Ramalho
