Sacola plástica sob a água transparente (Fotos: Lúcia Xavier) Por Lúcia Xavier |
Desta feita, porém, foi grande nossa decepção e indignação aos nos depararmos com a degradação ambiental que está se instalando naquele local. Muito lixo na areia, na água, nas árvores. A caatinga queimada por fogueiras e árvores arrancadas. Não andamos 10 metros sem encontrar lixo.
O acesso à praia é feito por uma estrada de terra, com alguns trechos precários, o que transforma a viagem de lazer quase em uma aventura. Essa dificuldade de acesso manteve a área preservada durante muito tempo, mas agora é praticamente um atrativo a mais. A visitação aumentou bastante, incentivada pela divulgação como ponto turístico do município.
Falta a conscientização para não poluir o local. Poucos se dão ao trabalho de, pelo menos, enterrar o lixo orgânico longe da areia da praia. Quase ninguém traz de volta seu lixo inorgânico. Em toda a área, inclusive dentro d'água, encontramos sacolas plásticas, garrafas PET e de vidro, copos descartáveis, latinhas de refrigerante e cerveja, embalagens de óleo para motor etc. Fraldas descartáveis e sacolas plásticas vimos até enfeitando árvores. Latas velhas enferrujadas, armadilhas para os pés de quem passeia deslumbrado com a beleza da paisagem e não olha onde pisa.
Outro aspecto que nos chamou bastante a atenção foi a vegetação queimada por fogueiras acesas pelos visitantes, numa época em que vivemos a famosa "maior estiagem dos últimos 40 anos". Quem não se dá ao trabalho de retirar o próprio lixo, tampouco vai apagar a fogueira antes de deixar o local.
O resultado do povoamento programado para a área ainda é uma incógnita. Poderá vir em benefício da preservação ambiental e do patrimônio histórico, caso todos os membros da comunidade ali assentada abracem a ideia. Ou poderá acelerar o processo de degradação, já iniciado com a cada vez mais frequente visitação da praia por pessoas sem educação, em todos os sentidos da expressão.
Assim passamos mais um dia no paraíso quase perdido, nos perguntando até quando um dos mais belos cartões postais de Petrolândia, remanescente dos sítios arqueológicos encobertos pelo Lago de Itaparica, que resistiu às intempéries e ao tempo, resistirá à presença humana.
Estivemos no Sobrado dois dias depois de vcs, encontramos toda essa sujeira q vc cita, logo iniciamos uma coleta e rapidamente enchemos uma caminhonete. Mas, tem muito ainda!
ResponderExcluirORGANIZAÇÃO CAATINGA