quinta-feira, março 08, 2012

Após reunião em Petrolândia, representantes do MST liberam água para as Agrovilas do Bloco 02

Foto(Assis Ramalho)
Desde domingo (04) cerca de 700 famílias de assentamentos ligados ao MST estão acampadas em área restrita da Chesf, situada na divisa de Petrolândia e Tacaratu, sertão de Pernambuco 

Ao longo desta quinta-feira (08), foram realizadas na Prefeitura de Petrolândia, reuniões entre líderes do MST, agricultores das Agrovilas do Bloco 02 da Reta, representante do Incra,Chesf, líderes de Associações e o Prefeito da cidade, Lourival Simões, para discutir o impasse estabelecido após a ocupação do Reservatório da Chesf, no sítio Quixabinha, desde o último domingo. Os agricultores das Agrovilas da Reta alegam que estão sendo prejudicados com a falta de água e que as plantações foram afetadas, com queda na produtividade. 

Após vários debates, ficou acertado que a água do Reservatório da Chesf será liberada para os agricultores das Agrovilas do Bloco 02 da Reta, durante 08 horas por dia, até o domingo (11). Porém, novas ações poderão ser tomadas, a depender do resultado do encontro decisivo que acontecerá na próxima segunda-feira (12) em Recife, entre representantes dos ocupantes do Reservatório e de órgãos estaduais e federais.

O clima da reunião foi tenso. Em determinado momento, os representantes do MST chegaram a afirmar que não iriam fazer concessões e a água do reservatório não seria liberada, se não chegassem a um acordo naquele momento. A insatisfação aumentou quando Paulo Barbosa, coordenador do empreendimento do Sistema do Reassentamento de Itaparica, afirmou que nem tudo que a Chesf queria fazer poderia ser feito e que estaria ali apenas para articular a reunião em Recife, no próximo domingo. O representante da Chesf foi contestado pelo Coordenador Geral do MST, Jayme Amorim, que afirmou que aquilo era uma vergonha e se fosse daquela maneira, nem era preciso a Chesf ter mandado representante.

Como representantes dos agricultores das Agrovilas do Bloco 02 da Reta, Sérgio e Alzira falaram dos prejuízos que todos estão sofrendo, devido à falta de água, e apelaram aos líderes do MST, enfatizando que a luta deles é válida, mas que não prejudiquem os outros trabalhadores.

Sentindo o clima pesado, o Prefeito Lourival Simões, pediu a palavra. Fez suas ponderações e, no final, fez um apelo aos líderes do MST para que liberem a água do Reservatório até segunda-feira (12), quando vai acontecer a reunião no Recife. Depois de muito diálogo, os líderes do MST pediram que todos se retirassem da sala de reunião, para eles ficassem sozinhos e decidissem em acordo interno.

Na segunda parte da reunião, depois de muitas conversas e explicações de todas as partes, ficou acordado que as águas do reservatório serão liberadas 8 horas por dia para os agricultores das Agrovilas do Bloco 02 até o próximo domingo (11). O posicionamento dos ocupantes do Reservatório quanto à liberação de água para irrigação das Agrovilas será reavaliado segunda-feira (12), dependendo dos resultados da reunião que ocorrerá em Recife.

A água estará disponível para abastecimento das Agrovilas no período de 7h00 às 15h00, a partir desta sexta (09).

Entenda o caso:

Na manhã de domingo (04), mais de 700 famílias invadiram a estação de recepção e bombeamento e acamparam numa área pertencente à Chesf. Os ocupantes da área são assentados ligados ao MST. Eles reivindicam que a Chesf providencie o abastecimento de água para os assentamentos.

Diversas agrovilas possuem perímetros irrigados, entre elas as Agrovilas do Bloco 02 da Reta, onde são produzidas frutas e verduras. O fornecimento de água para os empreendimentos rurais foi interrompido no domingo, quando lideranças do MST ocuparam o Reservatório da Chesf, situado no sítio Quixabinha, e fecharam a válvula.

Os agricultores interromperam a irrigação em protesto. Eles afirmam que, em 2005, fizeram acordo com a Chesf para que a água também chegasse a 21 agrovilas e seis assentamentos. Mas, de acordo com o MST, atualmente 1.300 famílias ainda dependem da água de poços e do abastecimento de carros-pipa.

Para permitir que essas agrovilas e assentamentos também possam se tornar produtivos, os ocupantes da área pressionam a Chesf para canalizar água suficiente, atendendo às necessidades de todos.

Da Redação do Blog de Assis Ramalho
Fotos: Assis Ramalho
       









 


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