quarta-feira, novembro 09, 2011

Palhaço Gargalhada, a magia de fazer sorrir

Palhaço Gargalhada e Assis Ramalho (Foto: Lúcia Xavier)

Palhaço Gargalhada do Circo Moscou (Fotos: Assis Ramalho)

Em um mundo cheio de turbulências, em que a cada dia fica mais difícil ver um sorriso no rosto das pessoas, nada como valorizarmos quem ainda se preocupa em levar a alegria para as pessoas e principalmente para as crianças. Estou falando da magia do circo, da magia do palhaço. Está em cartaz, aqui em Petrolândia, o Circo Moscou, que se despede da cidade na próxima segunda-feira (14), com o seu último espetáculo para o público. O Blog de Assis Ramalho visitou a casa de show e entrevistou o palhaço Gargalhada. Acompanhe abaixo, na íntegra, o bate-papo com o artista da gargalhada.

Assis Ramalho: Como é a vida de um palhaço?

Palhaço Gargalhada: A vida de um palhaço é uma vida interessante, onde a gente diverte as pessoas, crianças e adultos e a gente se diverte também, porque a gente é feliz porque a gente está fazendo um trabalho em que (se) faz as pessoas sorrirem, onde existe no mundo lá fora as pessoas fazendo as pessoas chorarem.

Assis Ramalho: O palhaço Gargalhada está neste ramo há quanto tempo?

Palhaço Gargalhada: Há 20 anos. A gente procura sempre fazer o máximo, fazer as pessoas felizes, fazer as pessoas sorrirem, até porque todos nós somos crianças, no momento em que a gente sorri. Eu acho que todas as pessoas têm que sorrir, se divertir, porque faz bem para a saúde.

Assis Ramalho: Esse dom veio de família ou foi um intuito seu?

Palhaço Gargalhada: Eu acho que eu já nasci com o circo no sangue, até porque na minha família, nenhum é circense. Eu, quando era criança na cidade de Arapiraca, em Alagoas, todos os circos que vinham, eu ficava só ouvindo o que o palhaço falava e o mestre de cena. O mestre de cena é aquele rapaz que trabalha com o palhaço. Na verdade, ele é a escadinha da gente. Quando eu chegava em casa, eu ficava falando sozinho, o que um fala e o que o outro fala. Isso eu aprendi com dez anos de idade. Aí, passou um circo (em Arapiraca), chamado “Café dos Artistas”, onde dava oportunidade, todas as segundas-feiras, aos cantores que cantavam em circo. E eu cheguei lá dizendo que já era palhaço e eu nunca tinha entrado em um picadeiro. Eu ensaiava sozinho na minha casa. Aí eu fui contratado como palhaço, cheguei no circo e tive o privilégio de agradar mais do que os palhaços que já estavam há muitos anos lá.

Assis Ramalho: Ninguém sabia que você não era palhaço...

Palhaço Gargalhada: Até porque eu já cheguei imitando a voz de um palhaço. E, depois disso, a gente já esta aí há vinte anos de carreira, viajando por todo o Brasil.

Assis Ramalho: Você disse que desde criança adora circo. Cá pra nós, confessa pra mim, você nunca pulou um circo (pular a cerca pra não pagar o ingresso)?

Palhaço Gargalhada: Na verdade, meu pai não queria que eu fosse ao circo. Eu pulava a janela de casa e inclusive eu aprendi a ser artista pulando o circo.

Assis Ramalho: O palhaço tem a magia de levar a alegria para o povão, mas o palhaço também tem dificuldedes, tem tristeza. Como é a vida de um palhaço quando está triste e tem que fazer a alegria do povo?

Palhaço Gargalhada: Essa é a parte da magia. O palhaço, ele não leva a vida pessoal para o picadeiro. A gente pode estar triste, pode estar desanimado, ter tido uma desilusão amorosa, pode ter um problema de saúde, com a família, mas a gente, quando entra no picadeiro, esquece tudo. O problema da gente é o seguinte: o problema da gente é alegria. O picadeiro não tem problema. Inclusive, não aconteceu comigo, mas aconteceu com amigos meus, de o pai, a mãe falecer, a família ligar, e ele não ter como ir e subir no picadeiro pra fazer as pessoas felizes.

Assis Ramalho: É a vida que você quer levar para sempre, Gargalhada?

Palhaço Gargalhada: É, é a vida que eu quero levar para sempre e agradeço a Deus por ter me dado o dom de fazer as pessoas sorrirem e tirar daquelas pessoas que estão tristes, que vêm ao circo, vêm sorrir, vêm se divertir e não tem coisa melhor pra mim.

Assis Ramalho: O melhor salário de um palhaço é ver uma criança sorrir?

Palhaço Gargalhada: O cachê melhor é ver uma criança sorrir e os aplausos. Eu acredito que todos somos uma uma criança.

Assis Ramalho: Vocês (do Circo Moscou) têm uma parceria com Dedé Santana (humorista da TV Globo)?

Palhaço Gargalhada: Temos uma parceria com Dedé Santana da Rede Globo. Mas devido à agenda dele, porque ele é um artista que não grava somente para o Brasil. Ele vai pra Portugal, vai para vários países. Mas quando tem uma folga na sua agenda, ele vem em um final de semana onde a gente está.

Assis Ramalho: Obrigado e que o palhaço Gargalhada volte outras vezes a Petrolândia.

Palhaço Gargalhada: O prazer foi meu e quero convidar todos os papais e mamães para vir ao circo, até por que o circo não tem nada imoral, e a televisão, se você for frisar bem, está apelando. Mas a gente agradece (à TV), até porque quase todas as novelas hoje têm a participação de um circo, e eles estão gravando vários documentários. Então a televisão, ao mesmo tempo, está levantando o circo, porque todos os programas hoje, praticamente, chamam artista do circo para fazer participações e dar audiência aos programas de televisão.

Assis Ramalho: Obrigado, Gargalhada! Até uma outra oportunidade.



Redação do Blog de Assis Ramalho